sábado, 21 de junho de 2008

P7 Review: Assassin's Creed (PS3, Xbox 360, PC)

Confesso que antes de jogar Assassin's Creed, eu estava meio cético em relação ao jogo. Além de ler alguns reviews dúbios (e de duplo sentido), via em fóduns de discussão que uma boa parte da galerinha espertalhona que comprou o jogo não estava satisfeita.

Outro fator agravante é que não vou muito com a cara da Ubisoft (a produtora do jogo), que apesar de ter feito muitos jogos de sucesso ultimamente e ter lucrado toneladas de dinheiro, não me cativou ainda. Talvez quando eles pararem de lançar os jogos sem sal e sem açúcar do Tom Clancy todo mês eu mude de idéia. Na verdade, o único jogo deles que eu realmente gostei foi o Prince of Persia:The Sands of Time.

Mesmo com reclamações ali, defeitos acolá, e franzidas de testa daqui, aceitei o empréstimo deste jogo de um conhecido meu que insistia em dizer que Assassin's Creed era o melhor jogo que a humanidade já produziu em 547 anos de videogame. "Então beleuza, se eu não gostar é só devolver" pensei eu. Como diria o velho deitado chinês, Blu-ray emprestado não se olham os dentes.

Vamos, P7, não vai doer nada.

Então, comecei a jogar Assassin's Creed meio desconfiado, com um pé atrás e outro na frente, segurando uma cruz e uma estaca, e já esperando pra decidir se eu jogaria o jogo até o final ou se seria perda de tempo. A minha surpresa foi grande, quando vi que realmente valeria a pena ter a moral pra assumir o bagulho até o fim.

Mas afinal de contas, como diabos é o Credo dos Assassinos? Simples! É uma mistura de Prince of Persia, Grand Theft Auto e Metal Gear Solid.

O Chuck Norris fica pra próxima.

A história de Assassin's Creed, por increça que parível, se passa no futuro, onde um cientista maluco e sua não tão fiel assistente assim mandam o coitado do Sujeito 17 - também conhecido como Desmond - pro passado, pra pele de Altair, o cereal killer acrobático de capuz mais procurado do velho oeste. Graças à Ordem do Universo, na maior parte do tempo você jogará como o próprio Altair no século XII (1100 em binário), nas cidades vizinhas de Damascus, Acre e Jerusalém.

Durante o jogo, você deverá assassinar os desafetos do líder do Credo dos Assassinos, o profeta vovô com barba de profeta Al Mualim. Um dos grandes defeitos do jogo é que ele não tem opção de legenda (cortesia da nossa querida Ubisoft), então você aí que não entende bulhufas de ingrês vai ficar perdidão durante os diálogos.

Mas não se desespere. Apenas imagine que Al Mualim perdeu uma boa grana no pôquer de domingo e quer recuperá-la. Aí ele manda você (ou mais precisamente, Altair) pra transformar em presunto várias pessoas importantes da vizinhança.

É safado tem que morrer.

O que diferencia Assassin's Creed do resto dos jogos de Action Adventure é que ele é um jogo no estilo Sandbox. O estilo Caixa de Areia foi popularizado pela série Grand Theft Auto e denomina jogos não-lineares, onde você teoricamente não precisa seguir as missões em ordem e pode fazer diversas coisas entre as missões, ou simplesmente não fazer p**** nenhuma.

Para matar seus pobres alvos, Altair precisa fazer muita coisa. Primeiro, deve entrar na cidade onde o cidadão está. Depois, deve subir em uma torre para mapear o local (ou sincronizar) e descobrir pontos de interesse para investigar. Então, deve completar a investigação, que é na forma de mini-missões, como salvar algum cidadão, roubar itens, escutar conversas e o diabo a quatro. Aí, só após cumprir o mínimo das investigações e após obter a bênção do Assassin Bureau da cidade, ele poderá seguir até o seu alvo e mandá-lo pro inferno (ou não).

Vertigem é para os fracos.

As cidades são muito bem feitas, e no estilo GTA, cidadãos e cidadãs andam pra lá e pra cá, ocupados, cuidando de suas vidas e pensando na morte da bezerra. Os "policiais" do jogo também estão à espreita, e se Altair sair da linha (o que é inevitável), vai ter que decidir quem é mais macho na espada com eles.

A jogabilidade de Assassin's Creed é única. Para sair pulando de prédio em prédio, você só precisa manter alguns botões pressionados e movimentar o direcional pra onde você quer ir. Altair se movimenta agilmente. Ele pula, escala, sobe, desce e corre com facilidade pelos quase-arranha-céus das 3 cidades antigas. Tenho quase certeza de que ele é um dos ancestrais do Homem-Aranha e da Mulher-Gato.

Porém, o jogo não é só mil maravilhas. Depois de passada a euforia inicial, você vai se ver repetindo a mesma missão várias e várias vezes. Vá para a cidade A, suba nas torres B, C e D, faça as investigações E, F e G e mate o infeliz H. A próxima missão é igualzinha. E a próxima da próxima também.

Para matar, pegue sua senha e aguarde na fila

Durante o jogo, você vai ter que aguentar vários diálogos com o vovô Al Mualim e outros diálogos com o cabeça do Bureau de cada cidade. Em todos esses diálogos, não existe um jogo de câmeras, gesticulação dos personagens, música pra dar clima, ou nenhum esforço pra tornar as conversas mais atraentes. É simplesmente dois carinhas falando e você se esforçando pra ouvir. A história e os diálogos são até interessantes, mas a Ubisoft poderia ter explorado mais o lado cinemático da coisa.

Outro fator problemático de Assassin's Creed é a sua durabilidade. O jogo só possui o modo single player, sem opção de dificuldade (mais uma cortesia da nossa querida Ubisoft) e não possui modo online nem nada. Ou seja, quando você terminar o jogo single player, já era. Venda, guarde no armário ou empreste pra alguém. A não ser que você tenha muito saco pra fazer tudo de novo, você vai preferir deixá-lo guardado.

Resumindo, Assassin's Creed, no final das contas, é muito bom enquanto dura. É quase assim uma Brastemp, dá pro gasto. Mas não recomendo pra comprar. Porém, como eu não dei esse conselho há alguns meses atrás, bilhares de pessoas já compraram o jogo, então você pode tentar pegar um usado ou emprestado com alguém. E veja um trailer do Credo do Assassino no TuboVocê:



Ops, vídeo errado. Aí vai o vídeo certo:



AVALIAÇÃO DO P7

O que gostei:
- Depois que se aprende os comandos, navegar pela cidade é natural e divertido;
- O combate é muito bom. Você é obrigado a se defender e trabalhar os contra-ataques;
- Altair dá uns fatalities muito legais nos guardinhas, é bem cruel;
- Subir nas torres faz parte do gameplay, não é só decorativo. E depois você pode se jogar lá embaixo nos montes de feno.

O que não gostei:
- O jogo é fácil, extremamente fácil. Pra você, e eu e todo mundo jogar junto;
- A falta de legendas, e a voz dos caras é muito baixa;
- As missões são mesmo repetitivas (não há como negar);
- O tutorial do começo, as partes no futuro e ter que começar todas as missões da base são um pé no saco;
- Onde diabos estão os níveis de dificuldade, Ubisoft?

NOTA FINAL: 8.0

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